Observando meu viver

Sunday, May 13, 2007

"Qual é o seu sonho?"

Com o passar do tempo, eu percebo que a minha vida é diferente do que eu sonhei.
Hoje assistimos pela milésima vez “Uma linda mulher”, e o filme começa e termina, perguntado “Qual é o seu sonho?”. Se eu assistir mais suma mil vezes, vou pensar por mais mil semanas: quais são os meus sonhos. Esse filme, apesar de o mundo achar “bi bi”, me trás, cada vez mais vontade de viver. Cada vez, que eu vejo aquele “The end” sou capaz de amar o mundo, e começar tudo quantas vezes for preciso.
Não sei dizer o que no filme eu gosto mais, sei as frases de cór. Essa capacidade que eu tenho de reviver cem mil vezes o que foi bom, e me alimentar disso todos os dias, é que me faz sonhar. Quando me recordo, com suspiros , de tudo maravilhoso que eu já vivi, acende em mim, mais uma vez o fogo da vida, como aconteceu há 22 anos.
Todo mundo sabe, que eu sou uma boa questionadora de tudo que me acontece, e que a minha vida parece ser cheia de grandes acontecimentos. Não fico comprando com as demais, pra saber se de fato é. Mas me parece, e eu sei precisar o dia, que eu optei por viver, escolhi viver bem, escolhi ser feliz. E por mais que em alguns momentos essa escolha não pareça óbvia, com o passar dos dias, percebo que esse compromisso comigo, é tão forte e “tão natural”, que tudo em mim, age naturalmente para que isso aconteça.
Quando eu assisto a esse filme, consigo ficar nervosinha com o final, e alegre com as coisas boas como se fosse a primeira vez.
Tudo tem uma tendência tão grande de dar certo, que as vezes eu me questiono, porque ainda tenho pressa, porque ainda fico nervosinha. Acho que é pra dar mais charme a tudo que eu vivo.
O motivo da minha alegria hoje, entre todos os motivos, é que o impossível aconteceu: eu tenho um cão!!
Quem me conhece sabe, o quanto eu quis um cão...só de lembrar-me do meu ex-cão, dá uma vontade imensa de chorar.
E esse simples acontecimento, e essa vontade doida de chorar, me confortam. Porque as vezes, eu tenho vontade de chorar por outros motivos, mas quando eu quase me permito entristecer, a vida manda esses sinais, cheios de vida, de que o impossível acontece, e de que os sonhos se realizam. Mais do que no filme, eles acontecem aqui: na minha vida!
O filme, e esses bons acontecidos, me trazem a paz, me recordam de que todos os que já se foram, e fizeram parte dessa história. Traz-me uma saudade, e mais que isso: sinto gratidão. Por que eu posso, olhar pra traz e contar por quanto tempo eu quiser, tudo de BOM que me acontece.
Adormeço feliz e realizada. Eu mais que vivo, eu descubro dias fantásticos, numa vida que poderia ser, só mais uma vida.Mas é uma vida , bem vivida!E os meus sonhos? Concluo que a minha as coisas são mais e melhores do que tudo que eu posso sonhar.

Friday, May 04, 2007

Teimosa

Sempre me considerei aquele tipo de pessoa mais ou menos, que não defende com toda a vontade do mundo, mas dá uma certa atenção para as coisas.
Nos últimos tempos, como já é sabido por aqui, tenho me observado mais. É não é que eu sou uma teimosa de primeira categoria? Teimosa e radical.
Não há no mundo cristão, mulçumano ou Hindu, que me convença que existe xis melhor do que o de Caxias posso e fico, tranqüilamente mais de duas horas argumentando, que o nosso (que nem meu é), é o melhor, o The Best, o mais saboroso, e só não digo pioneiro e revolucionário porque não sei mesmo se é.
Mas a minha birra maior, e depois de assistir “O Senhor das Armas” é com a minha postura e atitude diante do mundo. Postura correta e integra quanto o uso racional de água, uso de materiais menos poluentes, não jogo lixo no chão e todas essas coisinhas que ao meu ver fazem a diferença.Mas tem uma coisa que me tira do sério, e então eu fico mais radical do que antes. Sou a favor do mundo capitalista, já que não conseguimos, de outra maneira ter alguma parte da população com alguma condição de vida, mas hoje, vi a noticia “ONU – Combater aquecimento global pode ter custo baixo”. Não sei se eu entendo tudo errado, mas o aquecimento global já está aí, será que ainda é o momento de pensar em “custo baixo”. Eu fico imaginando a cena, todos nós mortos, ou de sede, ou afogados, e os bancos lá, intactos, explodindo dinheiro. Claro que eu tenho consciência de que a situação é complicada e que as coisas não são bem assim “como eu penso”. Mas eu fico me perguntando, até quando o dinheiro vai se sobrepor a V i d a. Não é fácil, mas é bem GRAVE.
Talvez seja esse, o curso “natural” das coisas, existe um planeta, existem homens, que duram um determinado tempo e este planeta também tem vida útil, e então tudo recomeça. Eu acho confortável pensar assim. Mas é dolorido pensar, que nessa altura do campeonato as pessoas ainda estão pensando quanto vai custar para combater o aquecimento. Ó céus, não combater – custará a vida de todos nós. Pra mim é simples.
Realmente, eu não tenho uma idéia de como salvar o mundo, e sei que a minha revolta sem atitude não é nada. Estou pensando em alguma coisa, pensando positivo, envolvendo a Terra em fogo violeta da transmutação, estamos eu e os meus pensamentos, solicitando bom senso, aos que podem mais do que eu. Bom senso, aos que talvez não amem a humanidade, mas amem a si mesmos. Que eles tenham consciência, de que nenhuma quantia do mundo fará com que eles nasçam outra vez. Que eles saibam, que os recursos são escassos, e que não há dinheiro no mundo, que consiga dar continuidade à espécie, se ela não mais existir.
Sou teimosa, radical, revoltada e triste com tudo isso e me sinto na mais absoluta inércia, impotência e ingenuidade.

Wednesday, May 02, 2007

Cinza

Eu sou setembrina, e como toda a setembrina atenta, ou nem tão atenta assim, deveria estar acostumada com os dias cinzas com chuva. Afinal desde que o mundo é mundo pra mim, os meus aniversários, os dias que precedem meu aniversário, os posteriores ao meu aniversário, são todos cinzas e chuvosos.
Hoje fiquei pensando, se a minha birra com estes dias desprovidos de cor, tem relação com o meu meio, se é pura falta de meio de locomoção seco, de guarda-chuvas grande, de jeito para guarda-chuvas de todos os tamanhos.
Seria eu uma setembrina por acaso? Se não me falha a memória, eu deveria ter nascido em outubro, mas para haver um equilíbrio de signos no meu lar, nasci em setembro, porque eu tinha que ser igual ao meu pai, e o meu irmão igual a minha mãe.
E não é que mesmo eu me antecipando um mês, não deu certo? Minha mãe sempre diz “de virgem, tu não tem nada”, mas do pai ela diz que eu tenho.Eu nesse convívio comigo mesmo, digo: Não tenho nada é com esses dias cinzas, com o resto, sempre tenho alguma coisa. Pensei na minha vida, como quem está fora dela, e vi a diversidade gritando.
Diversidade das maneiras que eu me visto, porque com exceção do marrom, que no inverno faz-se presentes sempre, as outras cores são bem vindas sempre, e eu não tenho aquela “preferida”. O cabelo pode estar pro lado, com franja, preso, solto, seco, molhado, bem liso, mais ou menos liso, com cachos, arrumado, a única coisa continua, é que ele está sempre limpo e macio.
Diversidade de pessoas que convivo, me dôo, aprecio, me divido, me completo das mais variadas formas de ser. Transito entre diversas tribos, sem nenhuma diferença gritante, as vezes me pergunto, seria falta de identidade?
Acho que não, é pura diversidade! É a não-necessidade de compreender o diferente, é simplesmente, apreciar, amar, e divertir.
Então os dias cinzas são providencias, por mais que eles destoem de tudo, ou de quase tudo em mim, eles são diferentes, trazem uma introspecção que os dias coloridos não me fazem ter, e talvez eu precise dessa introspecção.
Assim como eu sei que preciso, de todas essas pessoas, nessas variadas formas, com suas diferentes maneiras de amar, de divertir e de reclamar da vida.
Talvez o dia cinza, venha pra me mostrar, que eu sou, mais diferente de mim mesma, do que eu poderia imaginar.(Entenda se puder!).
Acordar com a mínima vontade de sair da cama, ter zero sorrisos, as 10:44 a.m, pensar mais de 25 vezes por segundo em dormir, não ter nenhum pensamento amoroso, em relação a qualquer individuo do sexo oposto minimamente interessante, ainda não reclamei de nada (exceto do dia cinza), não falei aos quatro ventos que estava com fome, não discuti nenhum valor com o meu chefe, não cantalorei nenhuma música, não disse nenhuma vez “eu amo”, qualquer coisa que seja, não olhei pela janela e desejei estar voando, não tive idéias culinárias, não questionei muita coisa, além das aqui expostas, não desejei nada, além de cama.
Nem um dia azul eu desejei. Acho que nos dias cinzas, eu me deixo em casa dormindo e trago pro dia, uma qualquer aí, que anda perdida dentro de mim, uma Taísa que eu desconheço, e que pra falar a verdade, preferia que nunca saísse dor armário.
Enfim, o texto ta ruim, porque ela não escreve tão bem quanto eu, e nem usufrui da minha modéstia sem fim!