Observando meu viver

Thursday, March 29, 2007

Eu Sou

São vinte e três horas e trinta e seis minutos, estou cansada até os ossos, e ainda assim como uma vontade imensa de externar.
Externo, hoje, que estive comigo-, bailei por muitos dos meus estados, da alegria tranqüila pra euforia irradiante. Transitei dos meus mais altos níveis de concentração para a pura, a mais pura, indiferença com o externo, fui elegante e agressiva. Vivi a mim mesma, em mais um dia. Tudo muito comum, tudo muito normal. Eis que eu estou atenta, enquanto tudo isso ocorre. Percebo-me a cada instante e até fujo de mim. Assisto-me, me aplaudo, viro as costas pra mim mesma e vou embora. Sinto-me bem.
Eis o valor de se estar atento, mesmo que você não queira, você está. É um caminho sem volta. E como respirar e depois disso não conseguir mais viver sem ar.
É no instante que, você ainda muito pequeno, abre os olhos, e nunca mais para de ver.
Há quem me considere completamente ensandecida, e talvez eu seja. Há quem não me compreenda e menos ainda me ame assim.
Há quem viva a mesma experiência que eu todos os dias, mas não há quem desista deste caminho.
Existem sim, os momentos em que terás vontade de voltar ao desconhecido, de esquecer-se de você. Mas há também os momentos, e eu estou nesse, que você se reconhecerá tão capaz e tão belo, que não há medo que controle a sua vontade de ser cada vez mais.
Você entende que É, você sente que É, e você vive sendo.
É como se você renunciasse a você mesmo, e nascesse em outro instante e no novo segundo a uma nova renuncia e um novo nascimento. E a cada respirar, tudo se renova, e você respira, e você se sente,ama e fica grata.
Grata por poder experimentar todos esses nascimentos, pela consciência do renascer.
E então você entende, e então você relaxa, e então você vive.
E então já não importa mais, e só deixar fluir.
É êxtase do mais puro, e o aroma das rosas que ali, não estão, você sente.
E então nesse momento, você simplesmente É.
EU SOU.