Inquietude
E a velocidade das coisas tem me preocupado.
Os dias se consomem e quando eu penso em momentos “meus” já é dia de novo. E que foi feito?
Essa corrida atrás das coisas que nem ao menos eu consigo mensurar o que são, me apavora. Essa aposta, essa sensação de que a vida mesmo ainda esta por vir, de que ainda não é bem isso. Essa esperança de que dias melhores virão, de que a paz se instala, de que os sonhos se realizam, essa fé, essa crença, essa certeza, não andam mais tão presentes por aqui.
Será mesmo?Será mesmo que é assim.
Ando questionadora, dizem que há de ser, mas quem disse? Porque?
Ocorre-me às vezes, que o mundo virou uma eterna repetição. Permitimos que seja pensado por nós, que as nossas escolhas sejam feitas sem se quer questionadas, porque é assim que a vida funciona ou na maior parte do tempo. Não funciona!
Essas referências me preocupam porque limitam. Sinto falta do novo. Só se vai até onde é conhecido, até onde já ouvimos falar que é seguro e há conforto. Sempre baseado no que já existe.
Tenho a sensação de que há experiências novas, uma melhor maneira de viver.
Não conformidade, parece-me que assim, como eu tenho levado os meus dias ainda não é o bom, não é o melhor.
Não que eu não tenho tido dias fantásticos, eles são e com propriedade. Mas acho que podem ser mais ainda.
Talvez eu tenha nascido com uma inquietude eterna. Talvez o que há por vir, seja doloroso a ponto de eu querer sofrer por antecedência e aos poucos, pra ver se dói menos.
Sempre quis ser uma mulher forte, corajosa e destemida. Menos cautelosa mais vivida. Alguém que a esperança, que a certeza do melhor, dos dias bons, fosse o norte! O céu. Mas nem todos os dias são azuis, nem todas as sensações são as de abraço.
Eu ficarei mais radiante, mais falante e mais feliz.
Só preciso de menos cansaço, do teu abraço e de motivos pra sorrir.