Observando meu viver

Wednesday, May 02, 2007

Cinza

Eu sou setembrina, e como toda a setembrina atenta, ou nem tão atenta assim, deveria estar acostumada com os dias cinzas com chuva. Afinal desde que o mundo é mundo pra mim, os meus aniversários, os dias que precedem meu aniversário, os posteriores ao meu aniversário, são todos cinzas e chuvosos.
Hoje fiquei pensando, se a minha birra com estes dias desprovidos de cor, tem relação com o meu meio, se é pura falta de meio de locomoção seco, de guarda-chuvas grande, de jeito para guarda-chuvas de todos os tamanhos.
Seria eu uma setembrina por acaso? Se não me falha a memória, eu deveria ter nascido em outubro, mas para haver um equilíbrio de signos no meu lar, nasci em setembro, porque eu tinha que ser igual ao meu pai, e o meu irmão igual a minha mãe.
E não é que mesmo eu me antecipando um mês, não deu certo? Minha mãe sempre diz “de virgem, tu não tem nada”, mas do pai ela diz que eu tenho.Eu nesse convívio comigo mesmo, digo: Não tenho nada é com esses dias cinzas, com o resto, sempre tenho alguma coisa. Pensei na minha vida, como quem está fora dela, e vi a diversidade gritando.
Diversidade das maneiras que eu me visto, porque com exceção do marrom, que no inverno faz-se presentes sempre, as outras cores são bem vindas sempre, e eu não tenho aquela “preferida”. O cabelo pode estar pro lado, com franja, preso, solto, seco, molhado, bem liso, mais ou menos liso, com cachos, arrumado, a única coisa continua, é que ele está sempre limpo e macio.
Diversidade de pessoas que convivo, me dôo, aprecio, me divido, me completo das mais variadas formas de ser. Transito entre diversas tribos, sem nenhuma diferença gritante, as vezes me pergunto, seria falta de identidade?
Acho que não, é pura diversidade! É a não-necessidade de compreender o diferente, é simplesmente, apreciar, amar, e divertir.
Então os dias cinzas são providencias, por mais que eles destoem de tudo, ou de quase tudo em mim, eles são diferentes, trazem uma introspecção que os dias coloridos não me fazem ter, e talvez eu precise dessa introspecção.
Assim como eu sei que preciso, de todas essas pessoas, nessas variadas formas, com suas diferentes maneiras de amar, de divertir e de reclamar da vida.
Talvez o dia cinza, venha pra me mostrar, que eu sou, mais diferente de mim mesma, do que eu poderia imaginar.(Entenda se puder!).
Acordar com a mínima vontade de sair da cama, ter zero sorrisos, as 10:44 a.m, pensar mais de 25 vezes por segundo em dormir, não ter nenhum pensamento amoroso, em relação a qualquer individuo do sexo oposto minimamente interessante, ainda não reclamei de nada (exceto do dia cinza), não falei aos quatro ventos que estava com fome, não discuti nenhum valor com o meu chefe, não cantalorei nenhuma música, não disse nenhuma vez “eu amo”, qualquer coisa que seja, não olhei pela janela e desejei estar voando, não tive idéias culinárias, não questionei muita coisa, além das aqui expostas, não desejei nada, além de cama.
Nem um dia azul eu desejei. Acho que nos dias cinzas, eu me deixo em casa dormindo e trago pro dia, uma qualquer aí, que anda perdida dentro de mim, uma Taísa que eu desconheço, e que pra falar a verdade, preferia que nunca saísse dor armário.
Enfim, o texto ta ruim, porque ela não escreve tão bem quanto eu, e nem usufrui da minha modéstia sem fim!

3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Mas queeeeeeeeeee beleza de texto. E acho bom quando essa Taísa sai do armário sim. Por mais que não seja o teu lado que eu mais admiro, é o lado que te completa, que não faz de ti uma chata feliz, com aquele riso de desespero, achando tudo e todos sempre completamente perfeito. Faz uma série de textos com nomes de cores e publica uma coletânea? Imagina que lindo *_*
Tu diz (ou a outra Tái diz ¬¬) no final que essa não escreve tão bem quanto tu, mas foi uma das coisas que eu mais adorei ler aqui. O que é estranho, porque o texto não é felizão, mas enfim, compreenda, eu também não sou felizérrima.
E o dia tá cinza aqui também. De repente é isso. A Amanda de dias cinzas gosta dos textos da Taísa de dias cinzas :)
Outra coisa: no aniversário da Vick e da Tássia (14/set) eu lembro de ter visto dias bem primaverís, com sol e flores bem rosadinhas. Tu faz aniversário um dia depois e vem me dizer que teu dia é cinza? Sempre muda o tempo assim?

=****

9:00 AM  
Anonymous Anonymous said...

A Amanda enlouqueceu, porque no meu aniversário nunca faz dia primaveril com sol e flores rosadinhas O_o

E talvez a Tássia cinza goste da Amanda cinza e da Taísa cinza, porque eu concordei com absolutamente tudo que a Amanda escreveu, além de ter achado o texto maravilhoso :)

te amo :*

10:37 AM  
Anonymous Anonymous said...

Fez sol sim, no aniversário da Vick sempre fazia sol, eu lembro!
deve ser ponto de vista, eu sempre lembro de dias bons como ensolarados e às vezes descubro que o dia 'ensolarado' na minha memória não passava de um dia nublado, normal, com chuvinha idiota e coisa boa acontecendo :)

12:32 PM  

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