Observando meu viver

Tuesday, July 03, 2007

Responsável

Tem coisas que ouvimos desde criança, que ficam marcadas na nossa memória e no momento certo, nos impulsiona a fazer tudo da melhor maneira. A minha mãe sempre me diz desde que o mundo é mundo “És eternamente responsável por tudo àquilo que cativas”.
Ontem senti, por quantas coisas/pessoas eu sou responsável.Fiz bastante gente acreditar que basta querer, a mesma quantidade de pessoas, eu fiz crer que o universo é providencial, e que tudo acontece pro nosso bem. Fiz com que cada pessoa que faz parte da minha vida, acreditar que a vida é “eco”, que o que você dá, você recebe. Fiz estas pessoas acreditarem que a alegria é fácil, que correr riscos vale a pena.
Afirmei com veemência, que as coisas boas acontecem aos baldes, é só ser bom que você atrai o bem. Disse ainda, não use escudos, seja inteiro, seja entregue, no máximo, você vai aprender a fazer melhores escolhas.
Pedi que essas pessoas cofiassem em mim, que ouvissem o que eu estava dizendo, ora, pois, eu era a prova viva e diária de tudo aquilo que eu estava falando.
Por um momento, breve, mas ele existiu e não deve ser ignorado, eu esqueci tudo o que eu já sei. E mais uma das coisas que eu repito sempre, “Olha pra dentro”, e eu estava olhando pro lugar errado. E aqui que as coisas funcionam, é aqui que elas são de verdade, aqui está a química e a magia de tudo. Aqui, só aqui e em nenhum outro lugar.
Minha mãe me ensinou a viver de acordo com aquilo que eu falo, a honrar as palavras que eu digo, e me ensinou o silêncio também. E ela me cobra, e eu sei que é pro meu bem, que a minha conduta seja de acordo com tudo aquilo que eu acredito, ela me pede, sempre que eu desvio do meu caminho que eu volte pra casa, e ela sabe, só de olhar, quando eu estou ausente. E ela não se engana, eu sei quando o olhar dela confia nas minhas escolhas e sei quando ele está prevendo uma escolha errada. Por pura teimosia de quem quer provar ao mundo que cresceu, por vezes, eu esqueço do oráculo mais precioso que eu tenho, esqueço o que eu disse e esqueço o que eu vivi.
Estar vazio não é estar ignorante, ontem percebi isto. Ser amoroso não é ser passivo. Ontem eu quis gritar, depois de 5 minutos de boa conversa, eu já não queria mais. Eu só queria me manter naquele estado de serenidade e de compaixão para comigo. E foi assim que eu fiz, hoje na primeira hora da manhã, na tradicional olhada franca nos olhos, senti que as coisas já não estavam no lugar de antes. Aprendi o que tinha de ser aprendido e já dei o meu passo. Um único passo a frente e já não estamos no mesmo lugar. E aquele segundo de consciência que faz com que tudo seja diferente. E aquela mensagem que chega de forma inesperada que faz com que o sentido venha à tona. É aquele riso fácil de todas as bobagens que eu falo que me alivia, é aquela conversa franca, é aquele certeza depois de muitos anos que continua lá, e são todos aqueles olhares, de todas aquelas pessoas que um dia eu cativei com o que eu dizia, com o que eu era, com a força da minha mão e por todos esses e por mim, que ontem eu abandonei a carga pesada e voltei a saltitar pela vida como eu sempre fiz e como sempre deu certo. Já colho os resultados dos meus saltos, porque eu sou imediata inclusive pra felicidade.

0 Comments:

Post a Comment

Subscribe to Post Comments [Atom]

<< Home